Maracatu: O "Precursor do Samba"
Redação: Vera Marini, Edição: Thaís Marini
Fundado em Janeiro de 2005, em Pinheiros, São Paulo,
o Bloco de Pedra é um grupo de Maracatu de Baque Virado: uma cultura popular
tradicional que envolve musicalidade, costumes e peculiaridades da história
afro brasileira e que está relacionado
ao Projeto Calo na Mão, iniciativa que contribui para a formação de novos
integrantes.
Sempre aos sábados, das 10h às
17h, na E.E. Professor Antônio Alves Cruz, Rua Alves Guimarães, 1511-
Pinheiros, o projeto promove três tipos de atividades de Maracatu de forma gratuita e irrestrita.
São elas:
Construção e Manutenção de
Alfaias: das 10h às 13h
Curso de Introdução ao
Maracatu: das 14h às 15h
Oficina de Maracatu: das
15h às 17h
Para qualquer informação sobre as atividades do
projeto e do Grupo Maracatu Bloco de Pedra, acesse:
Um pouco de História...
Entre as diversas
manifestações negras que existiam no Brasil, no período colonial, o Maracatu
era uma das poucas festas autorizadas pelos senhores portugueses do Estado do
Pernambuco, em Recife (nordeste brasileiro).
Ela reunia os valores
tribais de Angola e do Congo às tradições Ibéricas. Tratava-se de uma procissão
animada por danças, músicas e cantos que acabavam em frente à igreja de Nossa
Senhora do Rosário, santa padroeira dos “homens negros”.
Após 1888, quando foi
assinada a Lei Áurea, essa manifestação se tornou tão importante, que os grupos
passaram a se reunir para tratar de outros assuntos que não tinham a ver
exclusivamente com a festa, e sim com os problemas sociais e cotidianos. Nessa
época, geralmente, a rainha que era coroada no cortejo também era a Mãe de Santo
das vilas e sua autoridade – social e religiosa – era respeitada não
somente nas festas, mas durante todo o ano. A esses grupos foi dado
o nome de Nações ou Maracatu de Baque Virado.
O batuque do Maracatu é
formado pelos seguintes instrumentos percussivos: alfaia, caixa, gonguê, ganzá
e agbê.
Outros objetos fazem
parte da festa, tais como: o porta-estandarte, que carrega o emblema da nação,
e a Calunga, uma boneca negra que, de acordo com as tradições, carrega os
poderes daquele grupo.
As toadas são os cantos
sempre invocados pelo Tirador de Loas – aquele que puxa o canto. Os cantos referenciam
a corte, a religiosidade, as tradições da nação e os valores africanos.
A repercussão desta
cultura tipicamente brasileira é tão representativa que já existem grupos
espalhados pelo mundo inteiro:
Baque Forte, em Berlin, Alemanha,
Brighton Maracatu, na Escócia,
Maracatu Estrela do Norte, em Londres,
Maracatu Nunca Antes, em Toronto,
Maracatu NY, em Nova Iorque ,
Nation Stern der Elbe, em Hamburgo, Alemanha,
Maracatu Macaíba, em Nantes, na França.
Felizmente, cada vez mais no
Brasil, esses saberes e práticas antes tratados com preconceito, hoje encontram
lugares e pessoas para serem valorizados, preservados e divulgados.