Samba Rock Patrimônio Cultural de São Paulo
Redação por Vera Marini

Desde 2012 ouvimos falar de um projeto de lei que institui o Samba Rock como Patrimônio Cultural de Estado de São Paulo.
Acompanhando as mídias sociais, percebemos que há um movimento crescente em São Paulo em termos de projetos, eventos, campeonatos, workshops e palestras com este ritmo. Cada vez mais o Samba Rock atravessa fronteiras chegando a outras cidades, estados e até países como foi o caso do grupo Toque Final, Campeões na Argentina num campeonato de Danças Urbanas.

O interesse é crescente e reúne cada vez mais adeptos em seus festejos bem “família” considerando não só a Dança, os temas musicais, mas também a história do Samba Rock, seus representantes, fortalecimento e renovação da identidade negra na sociedade.

Dia 17 de dezembro, quarta-feira acontece encontro na Câmara Municipal de São Paulo, quando o Projeto Samba Rock – Patrimônio Cultural de São Paulo estará em pauta.

Segue depoimento de um dos representantes deste projeto e, sem dúvida, um dos grandes personagens da história desta Cultura: Professor Inácio Loiola Moskito

"A ideia de transformar o Samba Rock em Patrimônio Cultural de São Paulo surgiu quando eu e Tony Hits começamos  o  projeto Clube do Samba Rock com aula e baile na Galeria Olido. Em 2009, Tony Hits foi procurado por alguém da Prefeitura de São Paulo para saber  se  ele  tinha material  para fazer com que o Samba Rock virasse Patrimônio Cultural de São Paulo. A partir daí, tudo começou. 

Em 2010, em um evento de Samba Rock, Jorge Filho, Junior (www.sambarocknaveia.com.br) e  Marco Mattoli (Clube do Balanço) começaram a falar sobre o assunto e Junior comentou que o Funk havia virado Patrimônio Cultural  no Rio de Janeiro. Então, Jorge pesquisou e verificou a possibilidade de entrar com o pedido no Estado e no Município para que o mesmo acontecesse com o Samba Rock em São Paulo. Conversou com uma funcionária do Condephaat, entidade que  cuida disto no Estado e, a partir daí, ele começou juntar registros, fotos e vídeos e criou uma página na facebook para divulgação deste material.

Em 2012 aconteceu nos dias 28 e 29 de abril, em frente à loja Nike, situada na Praça dos Omaguás, em Pinheiros, São Paulo, um  evento do projeto chamado “Samba Rock, Patrimônio Cultural da cidade de São Paulo”, que visava divulgar e levar a cultura do Samba Rock, mostrando-o como dança, música e estilo de vida.

Participaram desta atividade os professores: Eu e Anna Paula, Will Black Man, Mariana Marques, Cia. Solum e mais os Djs Chição, da casa noturna Diquinta, e Tony Hits, da Radio Uol, sem contar outros artistas de diferentes seguimentos que vieram a colaborar com o projeto.
A ideia era fazer “aula-baile”, inspirada nos antigos bailes em que as pessoas costumavam frequentar nos anos 70 e 80 em São Paulo. Tudo isso ainda aconteceu com ações simultâneas de intervenções artísticas como o Graffiti, discotecagens etc.

O Samba Rock, por conta de sua história e de toda a manifestação cultural que existe (sejam os  bailes blacks, os grandes eventos, shows, workshops em academias e entidades como SESC), é uma forma de expressão de São Paulo não conhecida em outros lugares e predominante totalmente neste estado. Por isso a importância em tê-lo como Patrimônio Cultural: a valorização dele enquanto arte e dos portadores desta cultura que construíram e constroem sua história.

Além disto, artistas, músicos, espaços e toda a comunidade que frequenta e vive o Samba Rock, tendo um projeto de lei aprovado através do Condephaat, poderão ter uma verba anual para eventos  culturais do movimento do Samba Rock, que facilitará a maior visibilidade desta cultura.
  
Hoje nos reunimos em vários coletivos, DJs, bandas, dançarinos e professores de dança para tentar aprovar esta proposta, fortalecer o movimento e discutir o projeto através de um departamento na Apeesp (Assossiação dos Produtores de Eventos do Estado de São Paulo).

Os representantes políticos que apoiam e estão ao lado deste projeto são: Vereador Netinho de Paula e Toninho, Secretário Municipal da Promoção da Igualdade Racial de São Paulo. Na plenária, dia 17, quarta-feira, também teremos a presença de outros vereadores.

A presença popular é muito importante para que o poder público perceba a força deste movimento e saiba que há muita gente defendendo está cultura que está viva na cidade de São Paulo há mais de 50 anos."