Uma Cozinha e muitos Sambas  
Redação:
 Vera Marini
Edição: Thaís Marini

Aconteceu sábado, 11 de agosto, às 18h, na 22ª Bienal do Livro de São Paulo, no espaço “Cozinhando com as Palavras”, o evento “Samba na Cozinha”.


Presentes inúmeros profissionais de Gastronomia e também de diversas áreas de atuação. Todos em equipe realizando um evento que reuniu gastronomia, música e dança.

O espaço “Cozinhando com as Palavras” tem como curador André Boccato, empresário proprietário da Editora Boccato, e como produtora executiva Guta Chaves, jornalista gastronômica.

Conta Luiza Estima, jornalista integrante do grupo, que a ideia de se formar o grupo “Samba na Cozinha” surgiu da amizade e de um fato em comum entre todos: a paixão pelo Samba e pela Gastronomia.


Assim, no grupo temos profissionais das mais variadas profissões que tocam, cantam e fazem o Samba acontecer na cozinha. O repertório é bem variado: Gafieira, Exaltação, Samba-Rock etc.

Enquanto o grupo toca e canta, os Chefs cantam junto, dançam e cozinham. O público acompanha tudo com curiosidade. Aos poucos, as pessoas se envolvem no ritmo e começam a cantar e dançar. Quando os Chefs terminam a preparação do prato, este é servido ao público para degustação.

Não se sabe se o truque culinário é cozinhar sambando ou sambar cozinhando mas o fato é que o Cuscuz de Camarão de colher do Chef Eudes Assis ficou divino!

Ao término do evento a plateia já não está mais sentada no auditório com uma postura meramente observadora. Mas está lá na cozinha e o que se vê é, além da participação, a interação entre as pessoas.

O que nos chama atenção é que no ano em que Paulo Lins lança “Desde que o Samba é Samba”, Orquestras e Bandas de Gafieira ganham espaços em casas noturnas, concursos de comidas de boteco são realizados com sucesso, esse evento, Samba na Cozinha, é produzido com o olhar também voltado para o Samba e a Gastronomia brasileira num espaço intelectualmente privilegiado que é a Bienal Internacional do Livro. Isso torna-se especialmente importante a medida em que se constata uma apropriação pelo público de fatos culturais tão nossos.

Neste ano, 2012, o evento foi um sucesso. Na próxima Bienal esperamos poder participar novamente e já deixamos a dica para os Sociais-sambistas!


Segue abaixo a letra de um dos Sambas cantados pelo grupo Samba na Cozinha.


O Quitandeiro
A composição é de Monarco,
sambista da Velha Guarda da Portela

Quitandeiro, leva cheiro e tomate
Pra casa do Chocolate que hoje vai ter macarrão
Prepara a barriga macacada
Que a boia tá enfezada e o pagode fica bom

Chega só 30 litros de uca
Para fechar a butuca
Desses negos beberrão
Chocolate, tu avisa a crioula
Que carregue na cebola e no queijo parmesão (BIS)

Mas não se esqueça
De avisar a nêga Estela
Que o pessoal da Portela
Vai cantar partido alto
Vai ter pagode até o dia amanhecer
E os versos de improviso
Serão em homenagem à você

Quitandeiro, leva cheiro e tomate
Pra casa do Chocolate que hoje vai ter macarrão
Prepara a barriga macacada
Que a boia tá enfezada e o pagode fica bom

Chega só 30 litros de uca
Para fechar a butuca
Desses negos beberrão
Chocolate, tu avisa a crioula
Que carregue na cebola e no queijo parmesão


CUSCUZ DE COLHER COM CAMARAO E PALMITO
A receita é Do chef Eudes Assis da Vinea, em Alphaville



Ingredientes
1 colher de cebola ralada
1 colher de alho poro ralado
2 colheres de tomates sem pele e sem sementes
cortados em cubos
80 g de camarão sete barba limpo
50 g de farinha de milho
1 colher se salsinha picada
1 colher de ervilhas frescas
2 colheres de azeite
50 ml de caldo de peixe
Sal e pimenta do reino a gosto

Modo de preparo
Em uma panela refogue os camarões, a cebola e o alho poró. Acrescente o tomate, as ervilhas, o caldo de peixe, a farinha de milho, a salsinha, o sal e a pimenta. Misture até soltar do fundo da panela. Decore o fundo de uma forma com a sua criatividade e acrescente a massa de cuscuz.